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Derrota nos Açores acende alerta na Esquerda Portuguesa - Chega! entra no Parlamento Açoriano

Foto do escritor: Daniel PimentaDaniel Pimenta

Desde 2015 o Partido Socialista, com o apoio de partidos de esquerda (Partido Comunista Português, Partido Ecologista "Os Verdes" e Bloco de Esquerda) conseguiu formar um governo minoritário liderado por António Costa.

Nos Açores, onde existe um governo regional, os Socialistas governam desde 1995, quase sempre mantendo maioria absoluta na Assembleia.


É comum dizer na política portuguesa que a Madeira é um feudo do PSD, especialmente aos 37 anos de governo de Alberto João Jardim, entre 1978 e 2015. Enquanto isso, os Açores é um feudo do partido Socialista.


O resultado foi desastroso para os partidos de esquerda, o PS perdendo sua maioria absoluta, o PCP/Os Verdes não elegendo nenhum deputado, o Bloco ficando aquém das expectativas.

Já para os partidos de direita, PSD não evoluiu muito, CDS/PP não foi dizimado como previam, Chega! e Iniciativa Liberal conseguiram eleger seus primeiros deputados no parlamento açoriano.


O resultado das eleições regionais de 2020 nos Açores foram:


Partido Socialista - 39.1% - 25 deputados (-5)

Partido Social Democrata - 33.7% - 21 deputados (+2)

CDS - Partido Popular - 5.5% - 3 deputados (-1)

Chega - 5.1% - 2 deputados (+2)

Bloco de Esquerda - 3.8% - 2 deputados (=)

Partido Popular Monárquico - 2.3% - 1 deputado (=)

Iniciativa Liberal - 1.9% - 1 deputado (+1)

Pessoas-Animais-Natureza - 1.9% - 1 deputado (+1)

CDU (Coligação Democratica Unitária) - 1.7% - 0 deputados (-1)

Mais Corvo (Apenas no Distrito do Corvo) 0.1% - 1 deputado (+1)


Para formar o governo, um ou mais partidos em coalizão devem ter no mínimo 29 deputados.

Partidos de Esquerda (PS-BE-PAN) - 28 deputados

Partidos de Centro/Direita (PSD-CDS/PP-Chega- PPM-Mais Corvo) - 29 deputados


Desta forma, uma coalizão dos partidos de esquerda não atingiriam o mínimo para formar uma coalizão, cabendo ao PSD a tentativa de formar um governo. José Manuel Bolieiro, líder do PSD Açores, disse estar aberto a uma coalizão ampla. O grande problema está na recusa de André Ventura, líder nacional do Chega, em formar uma coalizão com o PSD que declarou "[O] Chega não governa com partidos do sistema.". Isso deixa o arquipelogo a beira de uma crise política, onde nenhuma das forças políticas detém números suficientes para formar um governo.

Enquanto a instabilidade polítca pode reinar nos Açores, é necessário olhar para este resultado com um olhar nacional. O fracasso das políticas socialistas de Vasco Cordeiro nos Açores e de António Costa em Lisboa e a ascenção do Chega e da Iniciativa Liberal podem impactar nas eleições Presidênciais marcadas para Janeiro de 2021 e nas Legislativas de 2023.

Nas presidenciais, o atual Presidente Marcelo Rebelo de Souza (PSD) concorre a reeleição com amplo apoio, com 61% das intenções de voto. André Ventura (Chega!) alcançou 11% dos votos, ultrapassando a socialista Ana Gomes (PS) com 10%, seguida por Marisa Matias (BE) com 8.5%. Mesmo que tudo pareça ganho para Marcelo Rebelo, a candidatura de Ventura o faz se projetar ainda mais para as Legislativas em 2023.

Já nas pesquisas para as Legislativas a situação é um pouco diferente. Enquanto os partidos tradicionais, como PS, PSD e CDS/PP se encontram em declínio, duas forças surgem. No expectro da esquerda o Bloco de Esquerda de Catarina Martins surge em ascensão e no expectro da direita o Chega! de André Ventura também está em uma subida, mas desta vez quase que meteórica.

Enquanto em 2019, o Chega! fez 1.3% dos votos, elegendo apenas Ventura para a Assembleia da República, na última pesquisa da Intercampus atingiu 7.7% dos votos, se consolidando como a 4ª força política do parlamento português.

Existe muito chão pela frente até 2023, mas tudo indica um aumento do número de deputados para o Chega!, Iniciativa Liberal e à esquerda para Bloco de Esquerda.

 

Daniel Pimenta, graduando em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), especialista em política eleitoral com foco na política Israelense, Britânica, Americana e Portuguesa.

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