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Os Swing States of America - Onde acontece a campanha verdadeira

Foto do escritor: Daniel PimentaDaniel Pimenta

Que a California e New York são estados extremamente democratas (azuis) e Wyoming, Tennessee e West Virginia republicanos (vermelhos) todos sabemos. Os chamados blue e red states são estados onde determinado partido venceu nas últimas eleições presidenciais. A intensidade da cor depende de quantas eleições o estado votou da mesma forma e por qual margem.

Por exemplo, a Califórnia não vota em candidato republicano desde 1988, com George W. H. Bush; Já Wyoming não vota em um democrata desde 1964, com Lyndon B. Johnson.

Não significa que o estado vai permanecer democrata ou republicano pela eternidade. Até 2000, West Virginia era considerado um estado democrata, dava altas margens nas vitórias para candidatos como Jimmy Carter e Bill Clinton. Após a eleição de George W. Bush em 2000 o estado se tornou sólido para os republicanos. Isso acontece devido a diversos fatores, entre eles mudanças demográficas.

Quando o estado começa a "desbotar" as eleições se tornam mais imprevisíveis.

Estados Democratas e Republicanos em 2020



Para as Eleições de 2020, os democratas detém 17 estados sólidos, totalizando 199 delegados. Já os republicanos, 20 estados sólidos, totalizando 125 delegados.

Os estados sólidos Democratas e que não devem mudar nas eleições de 2020 são:

  • Califórnia - 55 delegados

  • New York - 29 delegados

  • Illinois - 20 delegados

  • New Jersey - 14 delegados

  • Washington - 12 delegados

  • Massachusetts - 11 delegados

  • Maryland - 10 delegados

  • Colorado - 9 delegados

  • Oregon e Connecticut - 7 delegados cada um

  • New Mexico - 5 delegados

  • Rhode Island e Hawaii - 4 delegados cada um

  • Delawere, District of Columbia e Vermont - 3 delegados cada um

  • Maine - 2 dos 3 delegados

Os estados sólidos Republicanos e que não devem mudar nas eleições de 2020 são:

  • Indiana e Tennessee - 11 delegados cada um

  • Missouri - 10 delegados

  • Alabama e South Carolina - 9 delegados cada um

  • Kentucky e Lousiana - 8 delegados cada um

  • Oklahoma - 7 delegados

  • Mississipi, Utah, Kansas e Arkansas - 6 delegados cada um

  • West Virginia - 5 delegados

  • Idaho - 4 delegados

  • Montana, North Dakota, South Dakota, Wyoming e Alaska - 3 delegados cada um.

  • Nebraska - 4 dos 5 delegados

Nestes estados, com excessão talvez de Nebraska e Maine, que ainda tem em jogo 1 delegado, as campanhas raramente despendem muito tempo e dinheiro. Por serem estados sólidos para um partido, as campanhas tendem a focar em outros estados: os chamados Swing States ou Purple States.


Os Swing States em 2020


Para as eleições de 2020, o número de Swing States aumentou consideravelmente e chegou as estados, que até 2016 eram sólidos para os republicanos, como é o caso do Texas e Arizona. O caso destes dois estados é extremamente interessante e tem relação, dentre outras fatores, com êxodo californiano, que tratarei em um texto posterior.

Em 2016, Donald Trump surpreendeu vencendo em estados do Cinturão da Ferrugem como Wisconsin, Michigan, Ohio e Pennsylvania, o que foi decisivo na sua vitória sobre a candidata democrata, Hillary Clinton. Todavia, a vitória nesses estados foi por uma margem extremamente apertada. Isso transformou a região em uma das mais importantes para a eleição de 2020. A pergunta é se os democratas irão conseguir recuperar estes estados ou os republicanos irão manter e ampliar a vitória.

Os Swing States para 2020 são:

  • Texas - 38 delegados

  • Florida - 29 delegados

  • Pennsylvania - 20 delegados

  • Ohio - 18 delgados

  • Michigan e Georgia - 16 delegados cada um

  • North Carolina - 15 delegados

  • Virginia - 13 delegados

  • Arizona - 11 delegados

  • Minnesota e Wisconsin - 10 delegados cada um

  • Nevada e Iowa - 6 delegados cada um

  • New Hampshire - 4 delegados

  • 2º Distrito do Maine

  • 2º Distrito do Nebraska

Hoje os Swing States formam 214 dos 538 delegados no Colégio Eleitoral Americano.

São nestes estados em que as campanhas focarão seus recursos, para virar ou não deixar virar. A campanha de verdade acontece alí.

Vale ressaltar que é improvável que Joe Biden vença no Texas e na Georgia, mas a vantagem republicana vem diminuindo.

No Texas, em 2018, Beto O'Rourke (D) quase venceu o senador incumbente Ted Cruz (R). O movimento que acontece no Texas é bem parecido com o que aconteceu na California e em New York. A base democrata se concentra nas grandes cidades como Dallas, El Paso, Houston e San Antonio, que recebem cada vez mais moradores, e por consequência votantes, democratas, enquanto a base republicana vem diminindo, mas ainda é forte no interior do Estado.

O Arizona, um estado até 2016 extremamente republicano, especialmente com o ex-senador John McCain, candidato a presidência pelo partido em 2008, hoje vive um boom democrata. A senadora Marta Mcsally (R) detém altas taxas de rejeição o que pode custar uma cadeira para os republicanos e os 11 delegados nas eleições presidenciais. Hoje, assim como o Texas, o estado é considerado um Swing State, mas nas eleições de 2024 e 2028, podem se tornar territórios democratas.

O foco das campanhas de Biden e Trump, está no Cinturão da Ferrugem, onde a eleição foi ganha em 2016. Para Biden não é dificil de virar nestes estados, principalmente com seu histórico no Senado e na Vice-Presidência. No caso de Trump não precisa fazer muito para mantê-los, basta o discurso radical que a população comprou em 2016. A grande incógnita é como a crise causada pela pandemia da COVID-19, vai afetar os votos dessa área, uma vez que é historicamente uma das mais afetadas pelo desemprego.


O que dizem as pesquisas?

A média das pesquisas divulgadas até agora indicam que Donald Trump ainda lidera no Texas, Iowa, Ohio, Georgia além do 2º Distrito do Maine.

Enquato isso, Joe Biden lidera no Arizona, Nevada, Florida, North Carolina, Virginia, Minnesota, Wisconsin, Michigan, Pennsylvania, New Hampshire e no 2º Distrito de Nebraska.

Isso não quer dizer que o resultado das eleições serão de Joe Biden se tornando o 46º Presidente dos Estados Unidos, mas mostram uma tendência, associada com o crescimento da rejeição de Donald Trump, exatamente nestes estados-chave que deve acender uma luz vermelha na camapnha republicana.

Até as eleições, em novembro, muita coisa ainda deve acontecer e as pesquisas tendem a captar, mesmo que superficialmente o movimento dos candidatos nestes estados.

 

Daniel Pimenta, graduando em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas), especialista em política eleitoral com foco na política Israelense, Britânica, Americana e Portuguesa.


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